Delírio
Ela andava e vagava pelas noites geladas. Só, dentro da noite, e a noite
dentro dela.Deixava-se levar pelo vento, que docilmente acariciava seu rosto,
tentando lhe consolar, trazia os olhos secos e sofridos,os lábios mudos,como se
fizessem uma pergunta sem resposta.
Seus olhos buscavam por ELE e, sentia
como se ELE estivesse tão perto.
Pensativa, olhava a imensidão daquele
paraíso e a distancia
que separava os dois.
Dos sentimentos dele ela não
sabe.
Não podia ler a sua alma agora e sentir seu coração.
Estava ali
vendo passar todas as estações.
Como as flores que se abrem cheirosas no
sereno da noite,
e nas manhãs o sol vem ardente, e as gotas da chuva caem
lentamente.
Os pássaros voam e partem, chega o outono, e as folhas
caem,
para o inverno chegar, elas florescem na terra fértil que, receberá a
semente,
que a faz germinar e crescer. Ela continuava aguardando e semeando
no seu coração aquele amor, como uma chama ardente, e precisava se amar como um
todo.Naqule momento, tinha perdido a noção do tempo.
Era como uma rosa sem
espinhos:
O destino lhe pregou mais uma peça, parece que tudo que sonhara
desmoronava agora e não poderia deixar que tudo se acabasse assim.
Tinha
lhe falada dos seus anseios,caprichos e medos, e da sua insegurança.
Estava
ali parada sem nenhuma explicação, lembrando perfeitamente do seu
olhar
quando partiu, o verão tinha começado,
estava muito quente, a chuva
nada de vim .Ainda se recorda quando a-vi-o pela primeira vez..
Marcou o seu
ser, a sua vida, podia lembrar de todos os detalhes e dos encontros.
Ele era
um homem simples, esbelto, de poucas palavras e, sabia como agradar uma
mulher.
Tinha uma beleza clássica, era muito seguro em tudo que se dedicava a
fazer, principalmente no amor... Procurou dentro dela uma explicação, fechou os
olhos queria se certificar se ainda o amava como antes, na sua memória ainda
via aquele mesmo homem que tanto amou um dia .Os dias passaram-se não sei
quantos raiaram, ou quantas noites se foram sem ele ao lado dela, sei que
continua mergulhada na sua espera. Ate quase o amanhecer ela continuava ali,
parada no mesmo lugar... Voltou para casa já amanhecendo fazia muito frio,
acendeu a lareira e pegou uma taça de vinho tinto para esquentar o coração e a
alma,para reacender novamente essa chama ardente que sentia naquele
momento.
Tudo naquela hora o incomodava queria um pouco de paz, parecia
abandonada, chorava magoada, sentia uma saudade terrível, os minutos fazia-se
horas.
Mas o sol nasce sempre, mesmo nos dias sombrios.Foi um triste
desencontro, que deixara marcas.Eu adoro Ele!Disse Ela e dormiu sorrindo.